“A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem". Epicuro.

É preciso antes de mais nada definir os aspectos semânticos destes termos, desvinculados de qualquer humanismo utópico: homem, sociedade, vingança, justiça, para que se possa alcançar o verdadeiro sentido da mensagem
Homem: animal racional e irracional dotado de corpo, alma e espírito para os mais otimistas...O único bicho capaz de matar por prazer. Sociedade: se existe algo pior do que o homem são vários homens juntos. Aí temos o grupos social mais temido do mundo. A sociedade humana. Nela seus integrantes fingem respeitar o pacto social de Rousseau somente até o momento em que o interesse do mais poderoso não é ameaçado, nesse ponto o homem é homem. Vingança: atitude normal da pessoa que se vê em posição superior áquela que o agrediu. Tempero do espírito, para os mais instruídos... Exacerbação do direito próprio na ótica do ofendido. Justiça: Uma recurso criado pela sociedade para penalizar os fracos, sempre que de alguma forma inexplicável ele conseguisse ferir o forte.
Corrigindo o filósofo Epicuro: justiça é a vingança do forte em sociedade, vingança é a justiça do fraco em estado selvagem.
Se ainda existe dúvida, basta ao cético olhar o conceito de justiça, agora sob o ângulo da proporcionalidade. Fulano merece uma laranja e ganhou duas. Houve justiça? Não! A recompensa foi além, houve bondade. Sicrano merece duas laranja e ganhou uma. Houve justiça? Não! A recompensa foi aquém! Houve maldade. Beltrano, e não Beltrame, merece duas laranja e ganhou duas laranja. Houve justiça? Sim!
Entretanto essas elucubrações só terão sentido em uma sociedade perfeita, onde nenhum cidadão que se preze trabalharia por uma laranja, duas ou três... Fraco ou forte seria regido por uma lei maior com valor igual para todos. E o homem, cuidado com ele, pois sorrateiramente, pode emergir do estado selvagem, local de onde, convenhamos, Alguns nunca saíram...